sábado, 24 de setembro de 2011
Nivaldo Amador na Cantoria dos Araças
Mozim Iniciou:
O santo que me protege
É de ferro, bronze e aço
Reza de noite e de dia
E nunca sente cansaço
Ajoelha-se e se levanta
Não sofre dor de espinhaço.
Deozim continuou:
Pois o meu é um fracasso
Velho fraco e dormi oco
Reza uma vez por semana
Que pra santo é muito pouco
Vive a vida na moleza
E eu passando sufoco.
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Prof. Tavares participa da cantoria dos Araçás
Às vezes fico pensando
Que sou mesmo incompetente.
Faça muitas coisas boas
As quais me deixam contente
Mas, também faço besteira
Que dói no meu consciente.
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Mozim e Deozim abrindo a cantoria nos Araçás.
Mozim e Deozim nascidos no sítio Baixio do Gila no município de São João do Rio do Peixe participaram da Cantoria nos Araçás. Abrindo a cantoria
Mozim Iniciou:
Hoje aqui nos Araçás
O dia tem cor de lousa
A morte levou Corinta
Depois levou Zé de Sousa.
A morte é muito ingrata
Leva marido e esposa
Deozim continuou
Sei que a morte sempre ousa
Matar quem a gente quer bem
Mas, no dia
Levar a morte também
Ai a morte vai ver
O valor que a vida tem.
Antonio Amador Ribeiro Dias presente na cantoria solicitou o seguinte assunto para sextilhas: Meu sertão de Antigamente.
Mozim Iniciou:
Eu acho que o meu sertão
Não é o de antigamente
Que filho obedecia a pai
A mãe ao avó ao parente
E as drogas que existiam
Eram café e aguardente.
Deozim continuou
Hoje é muito diferente
Do sertão que fui nascido
É filho matando o pai
É pai sendo bandido
É fêmea atrás de mulher
È homem atrás de marido.
Nato de Zé Domingos presente na cantoria conversando a respeito de uma briga de peixeira, na qual um cidadão perdeu a banda do intestino e um pedaço do coração e escapou, parece ser milagre Nato replicou. Geraldo de Antonio Timóteo disse, Jesus ressuscitou esse homem
Mozim pegou o assunto e Iniciou:
Jesus ressuscita morto
Conforme a bíblia confessa
Eu ia morrendo de graça
Mas, Jesus chegou depressa
Botou a mão e eu escapei
Depois paguei a promessa
Deozim continuou
Que estória de promessa
Você não entende o xadrez?
Jesus só lhe deixou vivo
Por levar de outra vez
Pra você se arrepender
Das besteiradas que fez.
Assunto: Santo protetor
Mozim Iniciou:
O santo que me protege
É de ferro, bronze e aço
Reza de noite e de dia
E nunca sente cansaço
Ajoelha-se e se levanta
E não tem dor de espinhaço.
Deozim continuou
Pois o meu é um fracasso
Velho fraco e dormi oco
Reza uma vez por semana
Que pra santo é muito pouco
Vive a vida na moleza
E eu passando sufoco.
Assunto: bíblia
Mozim Iniciou:
Sei que Pôncio Pilatos
Um romano endiabrado
Foi amigo de Herodes
Jesus foi crucificado.
Mas depois suicidou-se
Para pagar seu pecado
Pilatos cabra safado
Foi fraco de fazer dó
Lavou as mãos, e os pés
Perna, braço e mocotó
Não Lavou o corpo inteiro
Por faltar Sabão em pó
Assunto: Tempo atual
Mozim Iniciou:
M- Para se livrar dos males
Tem que ser mais Perspicaz
Lutar por dignidade
Por métodos racionais
Já que a caixa de Pandora
Nem todo o mundo Faz
Deozim continuou
Precisa mesmo é ter gás
Pra botar no candeeiro
Pra que ter dignidade
Se que vale é ter dinheiro
Quem não sabe fazer caixa
Não dá pra ser carpinteiro
terça-feira, 13 de setembro de 2011
Cindoval e Mará presentes na cantoria dos Araçás
O professor Cindoval Morais juntamente com o professor Mará chegaram na cantoria dos Araçás o primeiro recitou uma poesia de Carlos Drummond de Andrade.
'Satânico é meu pensamento a teu respeito, e ardente é o meu desejo de apertar-te em minha mão, numa sede de vingança incontestável pelo que me fizeste ontem. Deixaste em meu corpo e no lençol, provas irrefutáveis do que entre nós ocorreu durante a noite. Pernilongo, Filho da Puta!' |
sábado, 10 de setembro de 2011
Rolando Boldrin na cantoria dos Araçás
O poeta Boldrin esteve na cantoria dos Araçás e declamou:
Homem não chora
Hoje aqui, oiando pra vancê meu pai,
To me alembrando quanto tempo faz
Que pela primeira vez na vida, eu chorei.
Não foi quando nasci pru que sei que vim berrando...
E disso ninguém se alembra, não.
Foi quando um dia eu caí... Levei um trupicão,
Eu era criança. Me esfolei, a perna me doeu,
Quis chora, oiei pra vancê, que esperança.
Vancê não correu pra do chão me alevanta.
Só me oiô e me falô:
- Que isso, rapaz ? Alevanta já daí...
HOMI NÃO CHORA.
Aquilo que vancê falô naquela hora,
Calou bem fundo,
pru que vancê era o maió homi do mundo.
Não sabia menti nem pra mim nem pra ninguém...
O tempo foi passando... Cresci também...
Mas sempre me alembrando...
HOMI NÃO CHORA. Foi o que vancê falô.
O mundo foi me dando os solavanco,
Ia sentindo das pobreza os tranco...
Vendo as tristezas vorteá nossa famía,
E as vêiz as revorta que eu sentia era tanta,
Que me vinha um nó cego na garganta,
Uma vontade de gritá... Berrá, chorá... Mas quá...
Tuas palavra, pai, não me saía dos ouvido...
HOMI NÃO CHORA.
Intão, mesmo sentido, eu tudo engolia
E segurava as lágrima que doía...
E elas não caía, nem com tamanho de
Quarqué uma dô...
Veio a guerra de 40... E eu tava lá... Um homi feito,
Pronto pra defendê o Brasí.
Vancê e a mãe foram me acompanhá pra despedi.
A mãe, coitada, quando me abraçô, chorô de saluçá.
Mas, nóis dois, não.
Nóis só se oiêmo, se abracêmo e despedimo
Como dois HOMI. Sem chorá nem um pingo.
Ah, me alembro bem... Era um dia de domingo.
Também, quem é que pode esquecê daquele tempo ingrato?
Fui pra guerra, briguei, berrei feito um cachorro do mato,
A guerra é coisa que martrata..
Fiquei ferido... Com sodade de vancês... Escrevi carta.
Sonhei, quase me desesperei, mas chora, memo que era bão
Nunca chorei...
Pruque eu sempre me alembrava daquilo que meu pai falô:
- HOMI NÃO CHORA.
Agora, vendo vancê aí... Desse jeito... Quieto... Sem fala,
Inté com a barbinha rala, pru que não teve tempo de fazê..
Todo mundo im vorta, oiando e chorando pru vancê...
Eu quero me alembrá... Quero segurá... Quero maginá
Que nóis dois sempre cumbinemo de HOMI NÃO CHORÁ...
Quero maginá que um dia vancê vorta pra nossa casa
Pobre..e nóis vai podê de novo se vê ansim, pra converá
Intão vem vindo um desespero, que vai tomando conta..
A dô de vê vancê ansim é tanta... É tanta, pai,
Que me vorta aquele nó cego na garganta e uma lágrima
Teimosa quase cai..
Óio de novo prôs seus cabelo branco... E arguém me diz
Agora pra oiá pela úrtima vez... Que tá na hora de vancê
Embarcá.
Passo a minha mão na sua testa que já não tem mais pensamento....
E a dô que to sentindo aqui dentro,
Vai omentando... Omentando, quage arrebentando
Os peito... E eu não vejo outro jeito senão me descurpá.
O sinhô pediu tanto pra móde eu não chora...
HOMI NÃO CHORA... O sinhô cansô de me falá...
Mas, pai, vendo o sinhô ansim indo simbora...
Me descurpe, mas,
Tenho que chorá.
Fonte: http://www.tvcultura.com.br/srbrasil/poemas.asp?cod=20
Postado por Roberto Vargas Jr.
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Cantoria nos Araçás 6
Reginaldo Tavares, Educador, radialista e poeta chegou à cantoria dos Araçás e recitou: “Nenén de Solidade”
Vou deixar os Cabarés
De mulata vaidosa
Quero é viver de prosa
De samba e arrasta-pés
Vou deixar os Cabarés
De mulher prostituída
Vou levar a minha vida
Distantes desses bordéis
Vou deixar os Cabarés
Do tempo de boemia
Pra escutar cantoria
Dos poetas menestréis
Vou deixar os Cabarés
O meu mundo absoluto
Quere mesmo é ser matuto
Vou voltar a ler cordéis.
Nini de Zé de Sousa recitou na cantoria duas estrofes do poema: Ao meu Pai
Quero vê-lo, de novo, chegando do curral
Com aquela lata de leite que você trazia
Empurrando com seu ombro minha tipóia
E acordando-me na madrugada fria
Mas, você meu pai, foi-se embora
E esqueceu-se de dizer pra onde ia.
Eu fiquei sem saber o seu destino
Remoendo tudo o que se passou.
Hoje ando seguindo a seu caminho
Na estrada em que você andou
Desviando de pedras e de espinhos
Que também não sei pra onde vou.
Pedro Lúcio Barboza professor Universitário, ex-secretário de Educação do município de Campina Grande, declamou na cantoria dos Araçás.
O Sermão da montanha (*versão para educadores*) De Luiz Carlos.
Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem.
Ele os preparava para serem os educadores capazes de transmitir a lição da Boa Nova a todos os homens.
Tomando a palavra, disse-lhes:
- Em verdade, em verdade vos digo: Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Felizes os misericordiosos, porque eles...?
Pedro o interrompeu:
- Mestre, vamos ter que saber isso de cor?
André perguntou:
- É pra copiar?
Filipe lamentou-se:
- Esqueci meu papiro!
Bartolomeu quis saber:
- Vai cair na prova?
João levantou a mão:
- Posso ir ao banheiro?
Judas Iscariotes resmungou:
- O que é que a gente vai ganhar com isso?
Judas Tadeu defendeu-se:
- Foi o outro Judas que perguntou!
Tomé questionou:
- Tem uma fórmula pra provar que isso tá certo?
Tiago Maior indagou:
- Vai valer nota?
Tiago Menor reclamou:
- Não ouvi nada, com esse grandão na minha frente.
Simão Zelote gritou, nervoso:
- Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto!?
Mateus queixou-se:
- Eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!
Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada a ninguém,
tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:
- Isso que o senhor está fazendo é uma aula? Onde está o seu plano de curso e a avaliação diagnóstica?
Quais são os objetivos gerais e específicos? Quais são as suas estratégias para recuperação dos conhecimentos prévios?
Caifás emendou:
- Fez uma programação que inclua os temas transversais e atividades integradoras com outras disciplinas?
E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais? Elaborou os conteúdos conceituais, processuais e atitudinais?
Pilatos, sentado lá no fundão, disse a Jesus:
- Quero ver as avaliações da primeira, segunda e terceira etapas e reservo-me o direito de, ao final,aumentar as notas dos seus discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade.
- Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do nosso projeto.
- E vê lá se não vai reprovar alguém!
E, foi nesse momento que Jesus levantou os olhos para o céu e disse:
"Senhor, Senhor por que me abandonastes?"
Luiz Carlos
sábado, 3 de setembro de 2011
Cantoria nos Araçás 4
.
Meu Deus, você veio sorrateiramente.
Pegou a minha mamãe e a levou consigo
Você não é meu Deus, nem meu amigo.
Não posso acreditar n’ Deus que mata gente.
Mas, como católico, apostólico e carente!
De amor materno, afeto, bênção, eu digo.
Cuide de minha mamãe em seu último abrigo
Aqui eu fico, com a saudade, eternamente.
Lá na casa divina, abra a porta da sala.
Pergunte por mamãe, diga que quer visitá-la!
Pegue na sua mão e ande pelo jardim.
Converse com ela, fale silenciosamente!
Que sou o mesmo meninão de antigamente
E pode me chamar, quando precisar de mim.
José Tavares de Sousa