domingo, 17 de agosto de 2014

“Quem não é e quer ser não pensa, Pra saber que não é o que pensou”.

José Tavares de Sousa


Quem não  lembra de Hitler na Alemanha
Que queria do mundo ser o dono
Mussolini também queria um trono
Mas tiveram  uma surpresa um tanto estranha
Pois  não houve sucesso na campanha
E a tática da guerra fracassou
Nossa FEB que por la´ passou
Ainda hoje no mundo é quem tem crença
Quem não é e quer ser não pensa
Pra saber que não é o que pensou


Planejei não viver  tempo finito
Consagrar mais de vinte casamentos
Construir  120 apartamentos 
Não fiz nem uma mesa de granito
Meu casório, todo tempo com atrito.
Outro dia a danada me deixou
O garoto que eu criava, ela levou.
Deixando a cama forrada na dispensa
Quem não é e quer ser não pensa
Pra saber que não é o que pensou.


Observação:  O mote é de Sinval Ribeiro genuinamente araçazeiro, um grande poeta, autor do hino do município de São João do Rio do Peixe sua terra natal. Foi poeta repentista nos anos 60, entre os seus poemas o mais famoso tem o título de  “ Tudo passa”, bastante contado no sertão Paraibano .


sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Maíra Sousa Fischer



2  horas da manhã  do dia 7 de  novembro  de  2013

   


Confesso que fiquei emocionado
Quando vi Maíra trazida pelo pai
Auxiliadora, Décio a lagrima cai
E eu avô coruja, tenso ao lado.

Tales, Denise, Isabel, alguém acena
Manu, Juliana vibram severamente
E a natureza rindo, sabiamente  
Mostrando  a áurea da filha de Milena.
   


Ser pai é muito bom. No entanto, ser avô parece-me mais do que isso. Esta razão talvez seja fruto do nosso próprio amadurecimento, a sensação de que tudo deu certo.  Ser o avô de Maíra é ser literalmente pai pela segunda vez. Para Maíra deixo o seguinte recado: Maíra, desde quando Milena anunciou a sua chegada que eu já imaginava a sua feição a sua alegria e conseguintemente a sua simpatia, dito e feito, nascestes parecendo sertaneja, forte e rígida. Desejo e acredito que você saberá ser humana, simples e decidida. Espero que o tempo permita ... gostaria de vê-la brincando e contando estorinhas .... Gostaria de recebê-la de férias na Paraíba e ouvir você afirmando: esse Brasil tem jeito estamos lutando pelo mundo mais justo e mais fraterno. Talvez falássemos até de poesia... muito embora você preferisse Mario Quintana.
 Abraços
José Tavares de Sousa   

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

O Sax divinal de Nedota

O Sax divinal de Nedota
Crônica do escritor e poeta Wergniaud Breckenfeld Alexandre
  
O semblante de nossa São João amanheceu mais escuro, triste e silencioso  sem ouvir os doces acordes de um Sax que fazia parte do cotidiano de nossa história. Morreu seu dono Nedota, aquele que dominava com incomparável maestria este instrumento. Partiu o velho boêmio, que tantas alegrias proporcionaram nos sambas, forrós e carnavais, com seu bocal abençoado e a sensível inclinação musical para a arte dos sons e dos ritmos, ao lado dos seus companheiros Raimundo Levina, Nego Dela, Piapai e Edmilson Sanfoneiro. A mansidão, a humildade, a desambição, e o domínio que tinha sobre sete instrumentos, fizeram deste ser tão especial, um mensageiro da nostalgia que encantava seus ouvintes e admiradores.
Ele tinha a música dentro si. Era a presença de Deus manifestada através do instrumento. Uma valsa, um bolero, um choro, um frevo ou outro estilo musical, sem utilizar a partitura, continham arranjos que somente ele realizava de forma única e irretocável, tornando-se um fenômeno que orgulhava os melhores músicos de sua terra e região.
O maestro, compositor e arranjador Natinho, esta enciclopédia de abrangência excepcional, é testemunha do que o grande Nedota era capaz de realizar, de ouvido, em qualquer gênero musical.
Quantas noites insones não animaram nossos corações com seus sopros divinais contemplando o amanhecer, através das frestas das janelas do inesquecível navarrense clube, onde os foliões embevecidos ouviam seus frevos aguardando com tristeza a chegada da ingrata quarta-feira de cinzas.
Parte o homem, e fica o legado a ser seguido pelos amantes da boa música. Onde ele estiver à alegria estará presente enaltecendo os corações dos mal amados.
Ah! Meu velho e querido amigo, não se esqueça de transmitir um forte e afetuoso abraço ao seu colega saxofonista, o saudoso Renan de Doutor Alberto. Aproveite a paz e as belezas dos jardins que um dia Eva habitou, convidando Banjim para cantar PAIXÃO DE UM HOMEM de Waldick Soriano, e reserve uma meota na nuvem mais fria que você encontrar, que em breve nos encontraremos para relembrarmos com saudade, os dobrados tocados pela banda municipal nas retretas no velho coreto e nas alvoradas ensolaradas pelas ruas empoeiradas da antiga Antenor Navarro.
Nossos profundos sentimentos à sua família!      
Aplausos musicais para o inesquecível Mestre Nedota!
É o mínimo que ele merece!

Wergniaud Breckenfeld Alexandre
          João Pessoa, 14 de janeiro de 2014.