domingo, 24 de novembro de 2013

Nasci sem ter esperança







                       José Tavares de Sousa


I

 Eu nasci numa fianga

Que o punho era uma trança.

Depois comprei uma rede

De varandas que balança.

Hoje eu prefiro a fianga

Pra voltar a ser criança.

II

Nasci sem ter esperança

Numa pequena  casinha

De apenas um vão coberto

Com quarto, sala e cozinha.

E uma parede separando

Os lamentos  da vizinha.